quarta-feira, 18 de maio de 2011

que se foda essa porra toda, mesmo

foda-se que eu ia parar de falar palavrão. acho que o foda-se é a única coisa que ainda se encaixa em tudo no mundo. e foda-se o que eu acho, também. não faz diferença, de qualquer forma.

foda-se que esse blog tá com uma carga mais triste do que eu jamais desejei. foda-se que eu não tenho motivo pra não estar feliz. foda-se. depois eu deleto essa porra. quem se importa? eu não.

fodam-se os sentimentos das pessoas, inclusive os meus. foda-se o vestibular. foda-se a porra da educação desse país e todos os ideais de democracia. fodam-se os números na balança. fodam-se todos os espelhos do mundo. foda-se a música. fodam-se as palavras.

o mundo não parou de rodar nenhuma das vezes que eu pedi. tô ficando tonta, já.
e estressada, e não começo a acabar com tudo por uma pura questão de vingança. de tira-teima. porque eu ainda tenho uma fé que pode ser abalada, mas não destruída. ah, e pode ser detestada.

ai como eu deteso essa fé! COOOOOOOMO EU DETESTO!

chega de "amanhã vai ser melhor". cansei desses mantras. cansei de olhar pro mundo de fora. vou olhar pra dentro, lá no fundo de mim. passados todos os sorrisos, cores e paciências tem um monte de coisa torpe e pútrida que forma a todos nós, e nós lutamos diariamente para esconder enquanto desejamos que morram nossos defeitos.
e é só isso que eu quero ter contato agora. tudo que há de podre no humano. tudo que fede. tudo que eu odeio. cansei de fazer esforço contra a insatisfação. cansei de tudo.
quero morrer pra sempre e não pensar nunca mais, pelo menos hoje.
cansei, já deu, chega. acabou.

Endereço certo

Cara Insegurança,

Favor ir plantar batatas.

Grata,
Paciência.


terça-feira, 17 de maio de 2011

Sabedoria de livro

- Se não tiver nada de bom pra dar, dá um sorriso, já tá bom - disse a mulher, e sua filha sorriu em meio as lágrimas, costumeiras lágrimas sem motivo, que dessa vez sucumbiram à sabedoria materna, mesmo com toda a angústia.
Depois de passado algum tempo e alguma história, volta a mulher com sua bagagem de frases de efeito e diz:
- Viu? Nada triste o bastante para que uma boa alegria não melhore - era verdade. Após uma pausa ela prosseguiu - Deus escreve certo por linhas tortas.
- Não, mãe - manifestou-se a menina, já longe das lágrimas - Deus acerta as linhas que a gente entorta.
E as duas dormiram em paz.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

ai ai

papai do céu, me diz que é que me falta?
eu sei que tem gente morrendo de fome no mundo lá fora, tem gente se matando em teu nome, e eu sei que isso tudo é ruim e que eu tenho é coisa boa demais na minha vida pra reclamar, e não é que eu esteja infeliz, não, só tô insatisfeita. não me entenda mal...
não com o senhor não, nem com ninguém. ninguém além de mim.

eu recebo tanto carinho que parece até ingratidão reclamar assim... e talvez seja. desculpa?

sei lá, a minha vida parece tão pouco, e eu pareço tão pouco, mas tão pouco que eu tenho medo de chegar a conclusão de que pouco e nada são a mesma coisa e acabar acabando comigo.
me dá um tiquinho de satisfação pra eu deixar de ser boba e poder sorrir com a alma toda, papai do céu? desculpa te perturbar, mas até as coisas mais graciosas tão perdendo o colorido. e nada que vem de fora me acalenta a alma. eu quero uma quietude que o mundo humano não é capaz de me dar. desculpa reclamar, eu já pedi tanto desse mundo daqui... agora quero um pouquinho de céu. me dá quietude, papai do céu? só um pouquinho...

não é tristeza, não... nem saudade, nem angústia, nem nostalgia. nem tem que acontecer nada pra eu me sentir melhor. meu mundo tá na minha frente, com muito do que eu desejei com força por muito tempo bem no mesmo caminho que eu, e eu sei que posso ser, fazer e ter o que quiser. só que eu tô me sentindo tão pequenininha que nem amigo, nem ídolo, nem arte vai me dar colo. eu quero colo. colo quentinho e paz. me dá?

sábado, 14 de maio de 2011

Pra quem me lembrou de respirar

Anos e anos e anos, e a minha vida se tornou cada vez mais minha.
O delírio já não é o mesmo. Virou amor amadurecido, que só sabe de ficar mais forte a cada dia.
Por cada vez que uma lágrima caía sorrateira e a tua voz me serviu de amparo.
Porque uma angústia começava a nascer e minha dor se dissipou no segundo em que me lembrei de que há exatamente 28 anos nascia quem sem saber seria meu chão, meu céu, meu pulso, meu ar.
Anahí... Como falar teu nome e não ficar em paz?
Obrigada por cada sonho, por tanta energia, por cada palavra que caiu como uma luva no meu sentimento.
Eu te amo, dos pés a cabeça da alma, sem o menor pudor ou medo. Eu te amo e desejo a sua felicidade como se fosse a minha própria.
Aproveita hoje, meu anjinho. Aproveita como se fosse o único dia da sua vida. E sonha, como se esse único dia não fosse terminar nunca mais.

domingo, 8 de maio de 2011

meditação

da janela vejo a lua,
o show continua,
ninguém vai morrer

sigo com a alma nua
sonhando que a rua
sonhe em me ter

eu sei bem que mãe e pai
são pessoas que iguais
não são fáceis de achar

mas minha liberdade presa
planeja a surpresa
de se libertar

há em mim a gratidão,
meu deus sabe que eu não
ouso reclamar

sigo também com alegria,
como o sol: no dia,
sem ela, não dá

mas nada disso quer dizer
que eu queira esconder
o que sinto por dentro

me pesa um angústia forte,
idealizo a sorte,
choro em pensamento

quero ir embora, embora queira ficar
e choro como se em mim houvesse o mar

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Zanni

O bobo da corte
Cultiva seus cortes
Marcas reais
Da fictícia morte

Que ele inventou
Pra tentar ver graça
No roteiro da "sombra que passa"
Que recebera pra encenar

Porque o bobo é tão bobo que acredita
Que a vida fica um pouco mais bonita
Se tem tristeza com poesia,
Música boa de cantar

E por isso
Na poesia mora o bobo
Buscando sem paz
Um sentimento novo

Uma ínfima alegria
Que lhe tire o juízo
Um simples sentir-se amado
Que é padecer no paraíso

Mesmo que depois se acabe,
E vire canção bem lenta,
Tristeza que se aguenta
Temendo que vire dor

Ai, cada vez
Que uma tristeza vira dor
Cria história tão amargas
De dar ódio em quem amou

Mas, ai, quando a tristeza é bonita
Faz de uma alma tão aflita
- como a do bobo -
O próprio amor

Pra poder ir além

Falta tomar as rédeas
Da situação

Por na vontade
Um definitivo não

Pra ser e ter
O que for me fazer só bem

(Pra poder ir além)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

cala a boca, mundo. tô na merda.

tá tudo torto.

meu amor próprio é puro complexo de Édipo.
eu sou igual a você. pro bem e pro mal.
leão maldito.
se me amo, te amo. como um lindo prêmio de consolação.
mas no momento, te odeio. e me odeio, por tabela.
ou me odeio e te odeio por tabela?
acho que não. você chegou primeiro nesse mundo, afinal.
dois corpos. dois espíritos diferentes. um é igual ao outro.

só que eu choro. eu escrevo pelas paredes.
e você? nem um pio.

cadê os ensinamentos, agora? gandhi, buda, kardec...
cadê aquele papo de energia, de amor, cadê?
cadê VOCÊ agora?

e esse nó na garganta... não me deixa pensar, não me deixa comer, mas sobretudo, desespero dos desesperos: não me deixa cantar.

eu odeio que as paredes me limitem, sejam as paredes de uma casa, de uma PORRA de uma sala de aula GLACIAL, as paredes do meu quarto... principalmente essas. elas deviam ser um portal mágico pra algum lugar tão, mas TÃO legal que eu nem sequer sou capaz de imaginar. se fosse imaginável não seria tão legal.

sabe o que é pior que alguém que já foi quase tudo na sua vida virar nada? é virar quase nada. porque nada você nem sente, nem lembra, nem tchum.
mas quase nada dói, porque tem um outdoor na sua mente gritando que tal alguém já foi quase tudo.
e pior do pior de tudo é o medo de que outras pessoas vão para a prateleira do quase nada. pessoas que certamente não merecem. não que quem ocupe tal posto mereça.
mas, como dizem, fez por merecer.

e aquela mania de machucar sempre a mesma pessoa, sempre pelos mesmos malditos medos, sempre pelos mesmos meios, sempre sob a mesma confusão.

e ainda tem o clichê dos clichês. a frase que não vem logo pra completar minha crise e ficar me repetindo como eu sou uma amiga ruim e como eu deixei isso acontecer?

príncipes encantados de histórias pré-fabricadas, voltem já aos seus respectivos livros! nada de invadir o MEU conto de fadas!

por hoje é só, cérebro. pode desligar por oito horas médias pra começar mais um longo dia de conformismo e peculiar esperança.