terça-feira, 26 de abril de 2011

Cíclico

Penso ser perda de tempo dizer
Que o que eu mais quero agora é você
Se daqui a pouco a querência vai passar.

Passou

Penso ser perda de tempo dizer
Que eu já deixei de te querer
Se daqui a pouco a querência vai voltar.

Voltou.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Se ao menos você soubesse

Tem algumas coisas me incomodando. E eu queria que você soubesse pra que eu não precisasse te dizer. Mas você não sabe, e eu preciso.

Não que faça alguma diferença, porque você não vai saber, de qualquer forma. É um incômodo guardado há tempo demais pra que eu acredite que vou dividir contigo. Não vou. Vou segurar essa angústia sozinha, mais uma vez.
Mas eu estou com ânsia de algumas palavras, e preciso despejá-las em algum lugar que não gere alarde. E minha forma de fazer isso é escrevendo, então que seja. E meu lugar de fazer isso é aqui, então que seja.

Sabe, eu não tô feliz. Eu tô presa. Ninguém que está preso pode estar feliz. E eu estou presa. E a culpa é sua. Petulância, eu sei, mas é a verdade.

Eu te amo demais, o problema deve ser esse. Tem alguma coisa errada numa história onde amar alguém é um problema, então tem alguma coisa errada na nossa história. Por te amar demais eu tenho um medo infinito de fazer algo que te desaponte, algo que faça você se arrepender de ter permitido a minha entrada na sua vida. Por te amar demais eu não faço tudo o que eu tenho vontade. Por te amar demais eu fico no mesmo lugar quando tudo que mais quero é fugir. Por te amar demais eu canto quando quero ficar em silêncio. Por te amar demais eu como quando não me incomodo nem um pouco com a fome. Por te amar demais eu cuido pra que você não perceba que isso é um problema. Por te amar demais eu não conto que tenho as chaves da prisão, e que posso ir de encontro ao Sol quando bem quiser. Por te amar demais eu finjo não querer.
Mas sabe, algum dia eu não vou aguentar. Algum dia eu vou explodir e deixar rastros em você. Algum dia eu vou correr atrás do que eu quero sem me importar com o que os outros vão pensar, e sobretudo, sem me importar com o que você vai pensar.

Não queria confessar, mas espero ansiosa a chegada desse dia. O dia em que o meu amor por você vai sucumbir ao meu amor por mim.
Ou pelo menos, o dia em que você vai se dar conta de que me agrada muito mais a projeção que eu tenho de mim do que a projeção que você tem de mim. Que eu vou ser muito mais feliz quando puder voar alto pelos meus sonhos do que fingindo que me contento com vôos baixinhos pelos seus sonhos, cheios de regras.

Não tem graça ouvir música baixa. Não tem graça só um pé do sapato. Não tem graça só dar uma mordida no chocolate. Não tem graça voar baixo, nem com as asas de outra pessoa. Não tem graça viver metade. Entendeu?

quero viver, não quero ser mais deste mar

sábado, 16 de abril de 2011

O poeta e o ponto final.

Eram dois caminhos que jamais haviam se cruzado, mas buscavam um ao outro, sem saber. Dois caminhos que, embora destinados a seguirem juntos a partir do momento em que se encontrassem, em meio à busca um do outro tomaram rumos que, sem que eles soubessem, os impossibilitavam de caminharem juntos. Mas o Destino de ambos não deixou de se cumprir: embora sem possibilidade de se encontrarem, os dois, no não conhecimento desse fato, continuaram a buscar-se, e isso era tudo o que importava.

sábado, 9 de abril de 2011

Aquilo tudo.

Ela desejara uma droga que a fizesse esquecer aquilo tudo. Desejara voltar no tempo pra fazer tudo diferente. Não se arrependia por completo, mas aquela dor a fazia repensar se aquilo tudo valera à pena. Forçou-se a pensar em outras coisas. De vez em quando uma ou outra música fazia aquilo tudo vir à tona e caíam-lhe lágrimas, mas ela seguia - como havia de ser. Até que de tanto forçar-se a reerguer a cabeça, a cabeça se acostumara à nova postura instituída, e se punha erguida automaticamente. Uma ou outra música não deixava de despertar-lhe lembranças, mas lembranças que passaram a ocupar tão somente a gaveta de memórias da menina, bem fechadinha dentro do coração grande que tinha, e que enfim perdera o hábito de maltratar. A vida sabe dos caminhos que nos oferece - concluiu - e tudo tem uma razão de ser.

domingo, 3 de abril de 2011

Ei, você!

O que é que vai acontecer daqui pra frente? Você sabe, Luísa? Você sabe pelo menos o que você quer que aconteça? Não, você não sabe. Você não sabe no que você acredita, você não sabe quem você ama, você não sabe nem o que você acha que é o amor ao certo. Você se contradiz, Luísa. Se contradiz o tempo inteiro. Porque você não sabe quem você é, e nem quem você quer ser. Porque todos os caminhos tem um quê de irresistível, e você queria poder traçar todos eles. Mas sua cabeça te diz que você não pode. Você não tem certeza de quem você precisa. Quando você quer quem você julga errado querer, você finge se conformar com a frustração de um desejo pisoteado. Mas você mesma sabe muito bem que não quer. Não faz questão. Talvez até quisesse querer, mas não quer. E não sofre por isso. Então porque reclama até se convencer de que sofre? Os outros acreditam em você, Luísa. Já chegou a hora de parar de testá-los o tempo todo. Eles não vão embora, você sabe. E se forem, você vai sobreviver até o dia que Deus quiser que sobreviva. Você tem medo de dizer pro Mundo como você acha que ele devia funcionar, você tem preguiça de mudar a Mente das Pessoas, porque nem você tem certeza do que você pensa ser incrível quando está sozinha. Sua cabeça é mais liberal do que você.
Não chora, Luísa. Não é uma bronca. Ah, você não está chorando. Você nem sequer está triste. Mesmo tendo tanta consciência de tudo. Como você faz isso, Luísa?
O mundo? Um lugar bom? Talvez você tenha razão.
Você é estranha, Luísa. Eu sei que você sabe, mas precisei reafirmar.
Desculpa qualquer coisa, viu. Tomara que você seja feliz pra sempre, pelo menos hoje, Luísa.

(E o espelho me falou...
"Por ela é que o show continua
Eu faço careta e trapaça
É pra ela que faço cartaz
É por ela que espanto de casa
As sombras da rua
Faço a lua
Faço a brisa
Pra Luísa dormir em paz")

Pensamientos voladores

No es que el amor por si solo duela. El amor es divino y bellísmo, pero cayó en las imperfectas manos humanas (gracias a Dios). Pero lo que el hombre hace del amor, sí, duele. En la teoría, los besos, los abrazos, las manos y todo más son solo una manera de dar cariño a quien se ama, sea quien sea. Pero la convivencia crea aquel amor del cine que viene junto con los celos y con el dolor después, porque tenemos la rutina para testar la pureza de nuestras intenciones. Y no raro no pasamos en los testes. Caemos en la armadilla de la rutina. Peleamos. No es tampoco que me guste más la tristeza que la alegria. No, por supuesto, la alegría es absolutamente mejor que la tristeza. Pero yo sí valoro la tristeza, el dolor, los sufrimientos, incluso la muerte. Porque en esas cosas la poesía también vive, y me gusta todo en lo que haya poesía. Es importante la alegría, por supuesto, pero no sin saber que la tristeza puede llegar a cualquier momento. Es importante también la tristeza con consciencia de que la alegría vendrá y depende tan solo de ti. A la vez, es importante el amor, y importante aguantar el dolor que él provoca por nuestra propia culpa, pero NO para todo el siempre sufrir, sino para todo el siempre amar, sin dejarse sufrir.