sábado, 26 de fevereiro de 2011

Poema grande à uma história pequena.

"Viu uns olhos verdes, verdes


Uns olhos da cor do mar:


Eram verdes sem espr'ança,


Davam amor sem amar!"


(Gonçalves Dias)


Fui olhar pela janela, Vi confete pelo chão Meu pensamento como fera Foi buscar inspiração Logo então saí às ruas Evitando a multidão E um olhar belo como a lua Fez chamar minha atenção


Talvez fosse ele próprio Ou alguém muito semelhante Ao tal menino-olho-ópio Que marcou minh’alma errante


Já fazia tanto tempo Que seria até maldade Começar mais um lamento, Me arrancar da liberdade Pois já me havia decido Em condená-lo ao passado (Melhor seria não ter ido Que pensar em ter ficado?). Quis só esquecer de tudo, Me livrar de todo o mal, Estar ao lado de um sonho Só enquanto é carnaval


Mas não estive pois não quis E nem pude ter certeza Se aqueles olhos vis Tinham mesmo a beleza


Dos tais olhos que um dia Me disseram sem pudor Que meu olho só sabia De não amar ao dar amor.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Seu mestre mandou

Ensaio geral. Estava na marcação, suando frio.
Faltavam instantes pra começar, o texto rodando na cabeça.
- Me dá uma palavra de estímulo? - disse, contrariando a expectativa da frase inicial, impressa no roteiro.
- Uma palavra? - disse o professor, numa retórica - Merda - e completou, do alto de sua sabedoria, acendendo a luz que me faltava para fazer a cena em segurança.
- Perfeito - murmurei - Não sei como não pensei nisso antes.